segunda-feira, 4 de abril de 2011

Apelo mudo

Eu sou inocente, eu juro. Por que eles estão fazendo isto comigo? Eu sou um porquinho que nunca fez mal a ninguém. Eu era tão feliz. Cresci tendo sempre comida fartamente. Cheguei a amar esses humanos que sagradamente me alimentavam. Achava que eles também me amavam. Eu realmente achava.
Mas aqui estou eu nesse corredor da morte. E aqui estou eu me perguntando o que eu fiz para eles. Tudo bem, eu sei que não é pessoal. Descobri que fazem isso com todos. Ou melhor, quase todos. Eles protegem incansavelmente ursos em extinção e mimam cães e gatos como se fossem seus filhos. Por que essa contradição? Por que eles são fofinhos e adestrados? Não seja por isso, eu aprendo a latir.
Enquanto isso, nós porquinhos, pobres galinhas, indefesas vacas e coitados bois e bezerros estamos sendo mortos todos os dias. Como eles conseguem fazer o que fazem? Criam, enumeram e engordam bois e vacas como se fossem propriedade deles. Tiram das vacas seus bezerrinhos e os prendem em lugares minusculos, e assim sua carne permaneça branca e macia. Aí os apelidam de vitela e os vendem em uma vitrine. Eles prendem frangos em celas superlotadas e cortam a ponta de seus bicos para que não se machuquem (porque seria muito prejuizo) e para que possam comer apenas o que eles determinarem (para que cresçam e engordem mais rápido). Por que eles pensam que são nossos donos, que somos propriedade deles? Isso tudo é tão cruel. Tão humano!
Aqui da entrada para morte eu ouço gritos mudos. Ninguém ouve, ninguém se importa. E depois ainda nos devoram com tanto prazer. Como eles conseguem? Nos chamam de presunto, linguiça, hamburguer...eles nos renomeiam, nos misturam, nos reiventam. Eles nos saboreiam tão friamente. É realmente impressionante tamanha indiferença. Eles têm uma capacidade incrivel de não se importarem ou então de se enganarem. Uns tentam (e conseguem!) esquecer o que somos. Esquecem que tivemos vida. Preferem fechar os olhos e não ver o que realmente se come. Preferem fechar os ouvidos e ignorarem os gritos agonizantes, silenciosos, os apelos mudos.E com tudo isso ainda se acham superiores! Racionais! Mais evoluidos! Isso é ser mais evoluido? Ser insensível, individualista, indiferente?
Ah, não! É minha vez. Sou eu. Mais um. Só mais um como tantos que já foram. Por favor, será que vocês não ouvem? Será que vocês não sentem? Será que não tem ninguém aí? Por que fazer isso? Vocês não precisam de nós para sobreviverem. Me deixem viver. Não me ignorem. Não finjam. Eu tenho vida (ainda). Por favor. Não nos comam. Não...

domingo, 3 de abril de 2011

Experiência em um churrasco

Ontem fui a um churrasco na casa de uma amiga. Pensam que eu passei fome? Nada disso. Sempre tem um vinagrete, pão, arroz, queijinho, pão de alho, as vezes até uma saladinha. Por isso eu sempre falo: de fome eu não morro! Alias, no primeiro dia que eu decidi não comer mais carne eu fui em um churrasco (aniversário de uma amiga minha). E eu passei só com queijo e pão!

Mas o que eu gostaria de deixar registrado aqui são alguns fatos de ontem.

Primeiro, eu conheci uma garota que também era vegetariana, mas ela me disse que desde pequena não gostava do gosto da carne e que sempre foi uma briga na casa dela por causa das "proteinas". Isso me lembrou meu irmão menor. Ele tem 5 anos e também não gosta de quase nenhum tipo de carne e mesmo que minha mãe coloque em pedacinho no meio da comida dele, ele percebe e não come! A briga só não é maior porque há uma vegetariana na casa que incentiva e defende!

Outra coisa que me chamou atenção foi quando minhas amigas foram tentar fazer o churrasco! (pois é...huahuhauhaua). Elas tiveram muito nojo de pegar na carne crua pra por na churrasqueira. Toda preocupadas que tivesse sangue. Hellooo, é claro que vai ter sangue, era um animal com vida antes! E eu fiquei pensando que muita gente é assim. As vezes, ate parece que esquecem que a carne não vêm do açougue ou da bandejinha! É como dizem: se os abatedouros fossem feitos de paredes de vidro muita gente não comeria mais carne.

Porque, na verdade, muita gente critica os vegetarianos mas não têm coragem de pesquisar e ver essa realidade que acontece antes da comida chegar ao prato. Comem muitas vezes sem saber direito o que é ou da onde vêm. É simplesmente uma imposição que poucos param pra refletir. Não que você precise parar de se alimentar com carne após essas reflexoes, mas tente pensar sobre o assunto com mente aberta ao inves de simplesmente se alimentar por impulso.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Apresentação

Há um tempo estou ensaiando em montar esse blog. Hesitei, na verdade, não sei porque já que acho muito importante que cada vez mais se discutam questões como o vegetarianismo que ainda sofre muitos tabus e preconceitos. Hoje decidi criar então essa experiência de um blog com o cotidiano de um vegetariano (no caso, vegetariana: EU).

Vou tentar falar das experiências que passo aqui desse lado da minoria (como li uma vez: Ainda somos minoria mas ja somos muitos!). Dos comentários mais sem fundamentos e preconceituosos que sou obrigada a escutar às mais profundas reflexões sobre o assunto. Das idas em restaurantes e festas onde não há absolutamente NADA que não ponham um pedaço de carne no meio. Enfim.....de todas as experiências de um vegetariano.

Então, pra começar...

Sou vegetariana há um pouco mais de 3 anos. Não como nenhum tipo de carne (nem peixe! como sempre complementam - gente peixe também é carne, não dá em arvore), porém ainda como os derivados (ovos, leite etc.), ou seja, sou Ovolactovegetariana. E eu sei (já vou me antecipar a espera dauqueles mais céticos) que a galinha, a vaca..tambem sofrem para que nos alimentemos de seus ovos e seu leite maaaas ainda não consegui entrar em uma dieta vegan (Alimentação que se exclui todo tipo de carne e seus derivados, alem de restringir o uso couro, pele e de produtos testados em animais).

Quando decidi parar de comer carne foi de um dia para o outro após uma boa reflexão (lê-se: viajada) que tive durante uma aula de geografia (posso contar o caso todo depois, nãovem ao caso agora). Para mim não foi nenhum problema, não senti falta, nem tive recaidas, mas eu sei de muita gente que gostaria de abandonar esse "hábito", mas simplesmente não consegue, ou seja, vai de organismo pra organismo, de pessoa pra pessoa. Esse é meu problema com os derivados: simplesmente ainda não consigo! Mas um dia com certeza.... =D

Enfim, essa é só uma apresentação do que vou tentar fazer aqui. Espero que leiam, que critiquem, que debatam, que retruquem....só assim é possivel uma reflexão das coisas da vida!

Até mais ;*